quarta-feira, 23 de abril de 2008

Vem depressa


“A felicidade é a coisa mais irritante do mundo, uma utopia idiota e hipócrita, inventada por um cretino qualquer. A felicidade é uma coisa insuportável, um mito incómodo que só serve par nos fazer sentir ainda mais infelizes!”
Hoje não o poderia descrever melhor, faz mais sentido que nunca e combina com o meu estado de espírito! Este desabafo, aos meus olhos, já não contém a dureza do 1º dia.
Há dias em de facto pensar numa felicidade absoluta e inigualável é um perfeito absurdo. Dias como o de hoje em que o sol não brilha, lá fora nem dentro de mim, o mundo nos viras as costas e nada é como desejamos. Dias em que carregamos sobre as costas um peso desmedido que nos faz vergar ao sabor da maré. A cara é fechada, triste, o olhar desprovido de luz e de esperança. O coração vive apertado por uma mão invisível que a seu belo prazer o vai subjugando como um tirano implacável.
Hoje sinto-me assim, apática, sem forças para dar a volta a esta condição, pior, não vejo porque razão deveria contrariar este sentimento de infelicidade impiedosa e só quero deixar-me ir, afundar-me lentamente…
Não me apetece falar, ouvir, sentir o cheiro ou a presença de ninguém! Quero estar só, miseravelmente só!
Sinto-me esmagada, perdida, minúscula, vazia, insignificante...
Não tenho refúgio nem fuga possível. Não consigo lembrar-me de momentos felizes, esses estão hoje tão distantes e inacessíveis…Rola uma lágrima, quente e salgada e num suspiro tento libertar a minha alma contida e sufocada.
Anseio por alguém que me resgate desta escuridão, me afague os cabelos e me pouse no colo. Me cante baixinho uma canção de embalar e me inflame no peito a certeza que esta dor não ficará para sempre.
Vem depressa…
M.

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